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"Cidade do Porto" - A Lenda dos Tripeiros

Nasci no Porto, nesta cidade fantástica e apesar desta alcunha tantas vezes depreciativa, considero-me “Tripeiro de Gema” e com muito orgulho.


Confesso que gosto de tripas à moda do Porto, aquele prato tão tradicional e característico desta cidade...mas tripas...não as como... feijão e chouriço com arroz para mim basta e então se tiver aqueles bocadinhos de frango, tão pouco tradicionais, melhor ainda.


Felizmente vivo nestes dias, em que posso comer o chouriço e deixar as tripas de lado. Naqueles tempos, segundo reza a história, não seria bem assim e se não comece as tripas estava bem tramado.


Estávamos no ano de 1415, e nas margens do rio Douro, construíam-se naus e barcos sem fim. Ninguém na altura sabia bem porquê, tudo isto era secreto, demasiado secreto. Diziam uns que as embarcações seriam destinadas a transportar a Infanta D. Helena a Inglaterra, onde se casaria; outros diziam que era para levar El-Rei D. João I a Jerusalém para visitar o Santo Sepulcro. Mas havia ainda quem afirmasse sem qualquer dúvida que a armada se destinava a conduzir os Infantes D. Pedro e D. Henrique a Nápoles para ali se casarem…


Todos completamente errados...


Pelos vistos, um dia, inesperadamente, o Infante D. Henrique apareceu no Porto para ver como decorriam os trabalhos de construção das tão famosas e secretas embarcações.

Embora bastante satisfeito com o desenrolar dos acontecimentos, confidenciou ao seu fiel encarregado da construção chamado de Mestre Vaz, as verdadeiras e secretas razões para toda aquela pompa...A Conquista de Ceuta.


Como disse, embora satisfeito, pediu ao seu Mestre, ainda mais empenho, ainda mais sacrifícios na construção de toda aquela frota naval.


Mestre Vaz, completamente fiel e empenhado na sua missiva, garantiu ao Infante que fariam exactamente o mesmo que tinham feito cerca de trinta anos atrás aquando da guerra com Castela...Iriam novamente dar toda a carne da cidade e apenas comeriam as tripas. Este sacrifício tinha-lhes valido mesmo a alcunha de “Tripeiros”.


Sem palavras, o Infante D. Henrique disse então ao seu Mestre, que esse nome de “Tripeiros” seria para sempre uma verdadeira honra para o povo do Porto.


Da cidade do Porto, das margens do rio Douro e das mãos e ajuda dos “Tripeiros”, saíram sete galés e vinte naus, a grande frota do Infante D. Henrique rumo à Conquista de Ceuta, conforme reza a História de Portugal.

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