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"Cidade de Penafiel" - A Lenda de Pena Fiel

Por volta do ano 950, existia como grande senhora da Região, uma respeitável matrona de alta linhagem, com o nome de Mumadona Dias (sabe-se lá porquê este nome, podia Mamalhuda Dias), viúva do honrado Conde Hermenegildo.

Junto do Túmulo do seu bem-amado esposo, a Mumadona passava os dias, onde se confessava chorando a amargura que lhe inundava a alma, e não se cansava de prantear sua triste sorte.

Também junto do túmulo falava dos seus filhos, Nuno e Arriana, dizendo que sem eles a sua vida de nada serviria.

Decerto por tudo isso, quando houve a divisão dos bens deixados pelo Conde Hermenegildo, a chorosa viúva escolheu as melhores terras para os seus filhos predilectos Arriana e Nuno.

Mas os filhos recusavam dizendo: “Só a morte nos poderá separar de vós!”...Que gandas otários, digo eu...continuando...

Quando Mumadona falava a sua filha em casar ela exclama sempre que nunca iria casar!....devia querer ser Freira.

Passados uns tempos Mumadona recebeu a visita de um vizinho poderoso, D. Mendo de Sousa, senhor de muitas terras em redor.


"Mais um aparte...a Mamalhuda, perdão....Mumadona aquilo era só terras"

D. Mendo, sem "papas na lingua", disse:

- Senhora conheceis quem sou e quanto valho. Ninguém se me pode comparar em poderio. E assim devereis considerar uma honra, senhora, para vós e para vossa casa, que eu deseje casar com vossa filha Arrifana.

Dona Mumadona, tolhida de espanto só respondeu:

-Perdão, D.Mendo… minha filha chama-se Arriana… e não Arrifana!


O Gajo deve ter pensado...será que me enganei na casa???

Então a teimosia começou entre os dois por causa do nome da filha de Mumadona, até que esta disse que quem ia decidir era a Arriana. (quer dizer como se a miúda já não tivesse nome, mas as terras deviam falar mais alto).

D. Mendo relembrou que quem decidia o noivo/a dos filhos eram os pais, mas Mumadona exclamou:

-Não, Senhor D. Mendo de Sousa… nem a vossa fortuna, nem o vosso poder me farão mudar de ideias...Afinal a mulher tinha tomates...

Quem decide acerca do seu próprio coração é minha filha Arriana! Foi então que Arriana foi informada da vontade de D.Mendo de Sousa, que sempre trocava o seu nome por Arrifana.

Então , nisto Arriana respondeu:

-Senhor D.Mendo, sei bem como sois forte e rico…Iria decerto encontrar em vós um esposo ideal…Mas a verdade é que jurei não casar… e não caso, nem mesmo com o poderoso D.Mendo de Sousa!

E com isto D. Mendo basou com o rabinho entre as pernas.

Assim tudo voltou à normalidade. Família unida e feliz. Mas como o povo diz “Não há bem que dure sempre”…

Então surgiu um mal pior… Nuno adoeceu com grandes febres e perigosas…

Durante dias, noites, semanas, as duas mulheres não largaram a cabeceira do rapaz. Foram chamados os melhores físicos (físicos naquela altura??? Hummm....) e curandeiros, mas tudo em vão.

A vida aos poucos e poucos ia abandonando o corpo de Nuno, que tão vigoroso fora. Ele bem o sentia, elas bem o sentiam. Mas lutavam ainda apesar de tudo. Elas bem o encorajavam, mas Nuno, todavia, compreendeu perfeitamente quando o momento chegou e disse:

– Não vos quero aflitas… É a minha hora! Quem sabe? Talvez seja o senhor meu pai a chamar-me lá do céu…

Ele sorriu debilmente e disse:

-Pois tendes de me perder… ides ficar sem mim, eu vos digo… Sinto que me estou a afastar da terra.

Elas exclamaram em berros aflitivos:

-Meu filho!

-Meu irmão!

Mas era bem verdade, dolorosamente verdade, Nuno falecera…

Conta ainda a lenda que desde então as duas mulheres, viveram em pranto chorando a morte de Nuno, e que mal chegavam as trevas da noite, a Viúva Mumadona e sua filha Arriana vagueavam por ali, como doidas, desabafando dores e saudades:

– Esta Será para sempre a terra da nossa Pena Fiel pelo nosso querido Nuno!

– Tendes razão filha! Para todo o sempre, esta há-de ficar a ser a terra da nossa Pena Fiel! Passados anos, Mumadona e Arriana acabaram por morrer a as terras foram parar às mãos de D.Mendo de Sousa, que embora velho e agastado (e diria eu lixado para não falar à moda do Porto) dizia:


-Pois Claro! Já que ela não quis casar comigo em vida, ao menos pertencem-me as suas terras, e vou dar-lhes o nome que tanto gostava: serão as terras de Arrifana de Sousa, para que perpetuem o nome dela e o meu apelido.

As terras ficaram então com este nome, até que D.José I que conhecia a história da dor da saudade pelo jovem Nuno, quis também associar-se à tradição e a 3 de Março de 1770, elevou Arrifana de Sousa a Cidade com o Nome de Penafiel.

Pela lenda a cidade de Penafiel, antigamente Arrifana (o gajo nunca atinou com o nome da miúda) passou a ser Penafiel

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