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"Covelinhas"

Na margem esquerda do rio Douro, encontramos a Freguesia de Covelinhas.


Um aparte - "Covelinhas já não é Freguesia (pelo menos sozinha), agora pertence à Freguesia de Galafura e Covelinhas. Aquelas junções ridículas de Freguesias, mas enfim...adiante..."


Segundo a tradição, este pequeno povoado chamava-se antigamente Covelas e para além de um vinho do Douro simplesmente fantástico, parece que contem filões de precioso metal, dizendo os mais idosos que os de Covelas "atiravam com ouro às cabras julgando atirar com pedras".


“Porra, eram muito ricos de certeza, porque de burros aquela gente não tem nada e são gente boa mesmo”


Para lá chegar, é necessário fazer um percurso de cerca de 10 quilómetros para Este, depois da Régua, em caminhos sinuosos, mas sinuoso mesmo, a tal ponto de alguns, segundo algumas histórias, se recusarem a fazer aquele trajecto, qualquer erro ou falta de atenção, dava direito a queda de uns 500 ou 600 metros.


Pela minha parte achei sempre o trajecto fantástico. Começando a subir da barragem da régua, numa estrada muito estreita, onde na maior parte dos sítios apenas passa um veiculo.


Soube à dias, que a estrada foi alterada, alargada e com pavimento novo, o que apesar de ter melhorado as condições de acesso, na minha modesta opinião estragou tudo...”era uma estrada que dava mesmo pica fazer...e de noite??? Altamente”.


Voltando a Covelinhas, acreditem que vale bem a pena passar por lá e podem ter a certeza que hoje em dia ninguém atira pedras nem ouro a ninguém..."antes atirassem ouro claro, não saia de lá".


Mal chegamos, deparamos com a estação de comboios de Covelinhas, daquelas antigas mas felizmente bem tratada. Ao subirmos a rua principal encontramos uma pequena Capela (Senhor da boa passagem) com vista para o Rio Douro.


A primeira vez que vinha a sair de Covelinhas, fizeram-me parar de repente junto aquela Capela, achei que estavam aflitinhos com alguma coisa percebem?, afinal era para deixar uma moeda nesse mesmo local (pelos vistos é habito fazer aquilo pedindo ao mesmo tempo uma boa viagem de regresso).


Um dos fins de semana que lá passei, com mais alguns "malucos" naturais de Covelinhas, vejo-os de calções...


Ok, estava calor...mas também vejo toalhas de banho...HUMM mau, que se passa???...


Dizem eles...Bora pro rio!!!


????? Mas estes gajos estão malucos????...pensei eu...eu sei nadar, mas rio nunca, recuso-me...mas lá fui atrás tipo cordeiro até à margem, junto à estação e onde existe um pequeno cais para embarcações...


Começo a vê-los mandar à água...divertidíssimos...eu como gosto muito de rio (ao contrário) a tirar fotos à paisagem, ao comboio que passa, mas a olhar de esguelha para eles a divertirem-se no rio Douro...aproximei-me...molhei os pés...


“Porra pá, a água estava divinal”...dei comigo a tirar a T-shirt e que se lixe se é rio....Bora prá água...Mas sempre a pensar que ia parar à Régua.


Delicioso, ali naquele pequeno cantinho, com uma vista incrível, lá estávamos nós na água e no rio Douro...


Ali passamos algumas horas, deixei de ter receio do rio e dali sai completamente rejuvenescido...


Covelinhas é uma terra pequena, com poucas casas, a estação de comboios, uma capela à entrada, uma igreja no centro e um pequeno café. Ouvi dizer que um outro café existente antes voltou a abrir e pelos vistos esse tem uma vista incrível para o Douro.

Todos se conhecem, todos se ajudam, para onde outros naturais voltam no verão, dado que estão emigrados e pelo menos nessa altura triplicam a população da terra.


No Verão há festa em Covelinhas...a sério...Á pois é...com bandas e tudo...


Segundo reza a história de Covelinhas, Os romanos, após a conquista da Península e a expulsão dos Cartagineses, cerca de 202 a.c., começaram a fortificar os povos para se defenderem dos inimigos, edificaram entre muitos crastos, o de Vilarinho dos Freires e o de Covelinhas. Já no princípio da monarquia, Covelinhas teve alguma importância, tendo-lhe D. Afonso Henriques dado foral, que se encontra na Torre do Tombo.


Covelinhas foi entretanto repovoada por D. Sancho I, tendo pertencido ao concelho de Canelas até à extinção do mesmo, em Dezembro de 1853.


Apesar de infelizmente se notar cada vez mais desertificação, aquele sitio continua a ser único, lindo, com paisagens fantásticas. Conheço há apenas 3 anos, mas vale mesmo bem a pena visitar.

Mais uma terra do nosso Portugal com gente mesmo boa.


Há outra estrada para lá chegar, por Galafura, mas essa terra não reza a história para Covelinhas.


Giro mesmo é ir pela estrada junto ao rio...Vá coloquem no GPS e bora a conhecer Covelinhas...

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